Como acabar com a imagem da sua rádio

passajou
Ainda sobre o assunto "plástica no rádio" reproduzo aqui um texto incrível do Gabriel Passajou, de 2008. Bom seria que todo proprietário de emissora lesse este artigo... Claro, simples e direto ao ponto. 
"Você sabia que a sua rádio tem imagem?Isso mesmo! A imagem ao qual me refiro são as vinhetas e trilhas. Estas ferramentas sonoras mostram a sua cara para o mercado, seu nível de profissionalismo e seu comprometimento com a inovação do seu negócio.
Imagine uma Rede Globo colocando entre seus programas vinhetas ainda dos anos 80. Já pensou? Sair de um programa atual em HDTV para uma chamada trêmula em Betacam, som abafado, edições ultrapassadas com aquelas letras amarelas usadas antigamente. Completamente improvável, certo? Então porque ouvimos tantas rádios fazendo isso? É verdade, tem muita emissora que não dá a mínima importância à forma como o seu produto é apresentado aos ouvintes e anunciantes. Alguns exemplos de “maus tratos” à imagem das rádios:

01) Não renove sua plástica nunca.

“Vinhetas e trilhas novas, pra quê isso? Nós já tocamos as músicas que o ouvinte quer! Qual o problema de ter as mesmas vinhetas há dez anos? É bom assim, porque o povo já está acostumado com elas.”
Não é preciso virar o dial de cabeça para baixo para descobrir emissoras que por anos (ou às vezes décadas!) não substituem suas produções. A desculpa acima é um disfarce para o comodismo.  Esse sentimento, não tenha dúvidas, contamina toda a sua equipe, principalmente locutores. Nunca trocar a plástica é a certeza da mediocridade, afinal, “essa vinheta está no ar há tanto tempo, não é? Pra quê tirar?”. Acontece que uma plástica manjada automatiza o locutor. Quem é da área sempre percebe quando o profissional liga o piloto automático, fala sempre as mesmas coisas todos os dias, nunca inova. Porque? Por que a empresa que ele trabalha se mostra assim para ele todos os dias.

02) Use vinhetas grátis.

“Oba! descobri em um fórum um monte de vinhetas grátis! Pra que pagar se eu posso ter de graça? Tudo bem não ter nada personalizado, basta colocar o meu primo Gervásio falando o nome da rádio depois!”
Vinhetas grátis não apenas não valem o “preço” como diminui a credibilidade da sua rádio. Arquivos distribuídos na internet com essas vinhetas normalmente são agrupadas com produções de  várias origens: Um locutor que quer mostrar serviço e faz de graça, mas sem critério algum, alguém que deixa prova de voz em algum estúdio,  e principalmente de vinhetas antigas alegremente surrupiadas de outras rádios, sejam de demos de produtoras ou gravações diretas do ar mesmo. Depois de retalhadas no estúdio de produção da sua emissora sobra não um pacote de vinhetas, mas uma colcha de retalhos, sem coesão e unidade. Vinhetas com volumes e equalizações diferentes, masterizações e qualidades sonoras distintas. A concorrência agradece quando comprar um pacote cantado de qualidade feito exclusivamente para ela, deixando a imagem da sua emissora no chinelo.

03) Não padronize o uso da sua plástica.

"Aaaah, as vinhetas estão no computador, cada locutor que se vire!”
 
Vinhetas não foram feitas para serem usadas de qualquer maneira. Se cada locutor as usarem de forma diferente a emissora estará de um jeito de manhã e outro à tarde.  Sem falar na repetição de vinhetas, já que cada pessoa tem a tendência de escolher as suas preferidas e só tocar aquelas. Existe uma trilha ou vinheta específica para falar ao vivo com o ouvinte? Para notícias? Para entrada de break?  Pois faça com que todos tenham um código de uso dos elementos sonoros da sua rádio. Usar indiscriminadamente sua plástica gera confusão não só entre os locutores como na própria audiência.

04) Pirateie/ troque vinhetas.

"Encontrei um site de uma produtora que tem uma demo com o mesmo nome da rádio que trabalho. Uau! Mas espera aí… o mp3 está em 64 kpbs, droga! Não tem galho não, a gente tenta melhorar no “soundifógi”
Uma face triste do rádio é quando ouvimos claramente que aquela vinheta foi pirateada. Isso acaba com a criatividade do rádio pois a motivo é simples: Se uma produtora ouve seu trabalho em inúmeras rádios sem ter recebido por isso, cada vez menos profissionais irão se dedicar à esse ramo. Menos produtoras significa menos pessoas criando para o rádio. Ainda bem que nesse ponto são poucas que recorrem à isso.

05) Não invista!

"Vinheta é despesa! É coisa desnecessária.”

A sua rádio encara a plástica como despesa ou investimento? Se for como despesa como você convence seu cliente que anunciar na sua emissora é um investimento e não uma despesa? Reflita.

06) Pense pequeno!

"Plástica bonita é coisa de rádio grande de São Paulo..."

Ah, você não investe na plástica da rádio, pois isso é para os grandes? É uma pena, pois assim você está perdendo uma grande vantagem competitiva, principalmente se existir uma rádio de rede na sua praça. O rádio é basicamente um meio de comunicação local, mas não significa que você deva diferenciar-se para pior com  a rede na qualidade de suas vinhetas. Pelo contrário, igualando em qualidade, a sua emissora tem a vantagem de ter a identificação com a sua cidade, o que uma rede nunca vai poder oferecer.

07) Não divulgue a sua rádio.

"Nome da rádio? Pra quê? Eu sei o nome da rádio, os locutores também. Ah, os ouvintes já devem saber, certo?”
 
Errado. Já ouvi muita rádio por uma boa meia hora sem saber o nome da estacão. Nas vinhetas só havia a frequência! Como pode? Fora as vinhetas em que a qualidade é tão ruim que não há como simplismente entender o que se fala. Vinhetas “quase de graça” fazem mal à saude da sua rádio, mas claro que existem exceções. Ora, saber o nome da rádio é o básico. Lembre-se, seu ouvinte hoje é bombardeado com muito mais informações do que a 10 anos atrás. Tvs a cabo, jornais, revistas, outdoors, internet, mídias alternativas e muito mais. O nome da sua emissora disputa agora com um número muito maior de meios de comunicação e só existe uma forma de ser lembrado: Com uma boa plástica."
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